Compreende-se no fazer pictórico a agência de fatores essenciais: o gesto de transportar uma substância pastosa para uma superfície através de um instrumento. Aqui o artigo indefinido é utilizado ao se considerar a equação repleta de variáveis, por exemplo, podemos utilizar argila e imprimir nas paredes o côncavo de nossas mãos. Da mesma forma, utilizamos o pincel e transportamos tinta a óleo para uma lona esticada sobre o chassis. O gesto de pintar, porém, é antes uma pesquisa sobre a mancha e sua relação com o entorno, suas consequências diretas no espaço ocupado – ou não – pelo traço. A pesquisa pictórica é de antemão uma investigação sobre territórios.

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Conceber unidade pressupõe características relacionais, interação entre áreas ocupadas e, no caso da pintura, manchas que reverberam escolhas anteriores fixadas na superfície preenchida. Para além da materialidade, é na dimensão imagética que transbordam interações de significantes atribuídos, possibilidades a partir do que anteriormente também já foi dado na esfera da linguagem como jogo comum. A pintura enquanto expressão relacional é por essência pautada pela medialidade do gesto de pintar e a pregnância da forma em sua sugestão materializada pela mancha.

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Isabê, 2025. 

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